segunda-feira, 25 de maio de 2015




Globalização e Educação


"a única coisa permanente hoje é a mudança; não é possível para um educador ou instituição educacional ficar parado sem atualização constante". (LITTO, 1997, p. 1)

A problemática centraliza-se em: Como repensar a atuação do professor tendo como elementos a educação e a globalização frente as mudanças tecnológicas no atual contexto?


Lúcia Santaella, comunicóloga e semioticista esclarece a globalização partindo do pressuposto de que:
globalização é uma questão de ordem comunicativa. Não apenas parece ser verdadeiro que a globalização, sobre todos os seus aspectos, econômico, político, cultural, estético, não teria sido possível sem as tecnologias da comunicação, quanto também parece ser verdadeiro que, quando observado a luz das tecnologias da educação, o fenômeno da globalização teve início muito, muitíssimo mais cedo do que podemos imaginar a primeira vista. Os primeiros germes dos processos hoje onipresentes da globalização já estavam plantados nas primeiras e longínquas imagens de Lascaux e Altamira. Desde que o homem foi capaz de projetar um produto mental para fora de seu corpo deu-se por iniciado um processo ininterrupto e crescente de extra-somatização do seu cérebro e memória. (SANTAELLA, Anais 97, p. 28)

Percebe-se que a educação nasce a partir de um processo comunitário coletivo embasado no ensinar aprender, e que no mundo primitivo se dava pela imitação dos adultos, "A formação é integral - abrange todo o saber da tribo - e universal, porque todos podem ter acesso ao saber e ao fazer apropriados pela comunidade". (ARANHA, 1996, p. 28) É destaque nas sociedades tribais um saber acessível a qualquer pessoa; já nas civilizações da antigüidade, a partir da formação das classes sociais, o privilégio do saber pertencia a classe dominante, sendo o processo educativo alicerçado por meio da inculturação do poder de mando da classe dirigente. Nessa fase a ordem é guerrear para dominar (globalizar) "conviver em guerra poderia trazer a morte, portanto, o treinamento dos guerreiros é uma escola, isto é, um ambiente separado para os adolescentes". (MANACORDA, 1989, p. 29) Isso se verifica tanto no Oriente como no Ocidente. A educação estava voltada para a arte da guerra e para atividades econômicas de produção, influenciadas pela religião. O ensino é mnemônico, fundamentado na escrita pela reprodução de textos sagrados.

A filosofia grega é o marco histórico da educação uma vez que ela é perturbadora da paz, está constantemente a procura do homem, daquilo que ele faz, do que diz e do que observa. Com os gregos o saber torna-se de caráter universal, global.

Paulo Freire (1996) preconiza que o ato de ensinar exige: pesquisa; respeito; criticidade; estética e ética; reflexão crítica sobre a prática; consciência do inacabamento; respeito a autonomia do ser do educando; bom senso; apreensão da realidade; alegria e esperança; a convicção de que a mudança é possível; curiosidade e segurança; comprometimento; compreender que a educação é uma forma de intervenção no mundo; liberdade e autoridade; tomada consciente de decisões; saber escutar; disponibilidade para o diálogo e querer bem aos educandos.

Aprender a respeitar e a conviver com as diferenças que o mundo apresenta é talvez o maior legado que o professor pode deixar para o educando, principalmente nesse momento em que,
a globalização é em geral vista como um fenômeno econômico que deve ser combatido pelas suas conseqüências nocivas para os países pobres em vias de desenvolvimento. É apresentada ainda como um fenômeno que se contrapõe aos laços de solidariedade social existentes nos planos local e nacional. (VIEIRA, 1997, p. 70)

É preciso certamente deixar-se desafiar como profissional da educação frente ao mundo globalizado, onde a adequação não poderá se excluir desta realidade histórico social, que já se está interagindo para conectar na escola formal e informal, uma atuação que não se tem mais dúvida, exige uma qualificação técnico-tecnológica, científica, artística e ética frente ao mundo global e a educação.

(Revista do centro de educação - Ed. 2000, vol. 25, nº01)

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